sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crime e Castigo

Oi, gente,

depois de um tempo longe, voltei! Minha vida mudou um pouco de lá para cá: segunda-feira a família cresceu!! Apresento-vos, Pablo!!



E é aí que começa meu duplo crime, o segundo derivado do primeiro! Uma das coisas que mais odeio na vida é gente que explora animais! Por isso, comprar animais em pets é algo que eu sempre abominei! Segunda-feira, foi exatamente o que eu fiz! Eu já havia visto o Pablo lá há algum tempo, quando ia para o trabalho. Como não passo por lá sempre, nem imaginava que ainda o iria encontrar lá. Pois bem, eu o encontrei! Minha mãe, que nem é das maiores fãs de caninos, ficou apaixonada por aquele quilo e meio de pêlo e olhos! Eu o peguei no colo sem a menor intenção de comprá-lo, ainda debati com a dona da pet sobre os malefícios dos cachorreiros e de como seria maravilhoso um mundo onde não existissem vira-latas, pois estes são fruto da irresponsabilidade humana! Se os seres humanos fossem responsáveis, eles não existiriam! Se o ser humano respeitasse os animais, eles não existiriam! Mas o ser humano é capaz de matar um recém-nascido humano! Como esperar respeito de uma raça que não respeita nem a si mesma??

Depois desse primeiro crime, veio o segundo, embora eu não saiba qual seja o mais grave: eu menti a amigas, dizendo que o havia adotado! Eu tinha tanta vergonha da minha fraqueza, que não tive coragem de assumir meu erro!

Por esse crime, peço perdão às minha amigas! Não pela mentira em si, mas por ter tido medo de não ser compreendida por pessoas que já me deram mil provas de afeição e que são tão maravilhosas!

Mas o pior ainda estava por vir: hoje fomos ao vet para vacinar o povo e fazer a revisão das 30.000 horas dormidas do Vitto! Vitto está saudável, Isaura está saudável! Já o Pablo... bom, HOJE ele está saudável! Até quando, só Deus, literalmente, sabe! Ele é portador do gene da hidrocefalia! Quase não se percebe, a vet nem percebeu, só descobriu porque eu lhe perguntei se eu estava louca ou ele tinha mesmo o olho direito mais saltado do que o esquerdo. Como eu perguntei, ela o examinou e constatou um estrabismo no olho direito e ele tinha uma abertura no crânio(tipo a moleira, mas se não me engano o nome era fontanela ou outra coisa, confesso que fiquei fora do ar)!

A veterinária me disse que há tratamento, cirurgia, que a doença pode nunca se manifestar, mas confesso que não me conformo!! Eu tenho 3 filhotes de idades variadas, todos tirados das ruas, todos saudáveis, lindos e felizes! O único que comprei veio com uma doença grave!

Por isso decidi confessar: porque o meu sofrimento precisa servir de alerta! Quando pensar em comprar um animal, pense na mãezinha que está sendo explorada por um cachorreiro! E vejam bem, não estou misturando na mesma sacola criadores sérios e cachorreiros! Se Pablo fosse fruto de um canil sério, ele seria saudável, porque canis sérios não permitem que animais portadores de genes de doenças reproduzam! Os sérios, castram e providenciam um bom lar para os animais! Os sérios dão garantia vitalícia contra doenças genéticas! Não há porque temer se você faz um trabalho sério! Quem põe um prazo de validade numa vida, certamente faz um serviço porco(que me perdoem os porcos!)!!

Duas coisas me consolam: Pablo não legará seu gene doente a nenhum filhote e comigo ele terá tudo o que a medicina veterinária oferecer, além do amor infinito!!

Agora ele está dormindo no meu colo, minha perna está doendo, mas não estou nem aí! O conforto dele é tudo!! Mas agora eu fiquei com medo de deixá-lo brincando com o Alvinho!! Tenho medo que Alvinho machuque a cabecinha dele sem querer! Meu ódio contra quem permitiu que isso acontecesse a esse ratinho inocente aumenta, pois Alvinho amou Pablo assim que o viu!! É uma injustiça não deixá-los brincar!! Hoje eles correram a manhã inteira!! Pablo sofre do complexo de Capitão Nascimento! Ele adora gritar ao Alvinho: TU NÃO É CAVEIRA!!! CIRCULANDO!!! CIRCULANDO!!!

Bom, gente, é isso: pequei, estou pagando! Mas acho que Deus talvez tenha me posto no caminho do Pablo para que ele tivesse uma vida feliz e o tratamento que precisar! Talvez se ele tivesse sido comprado por um cachorreiro, ele acabasse parando na rua quando a doença se manifestasse! São muitos poréns, essas pequenas desculpas não apagam meu erro, mas minhas palavras talvez façam alguém desistir de um cão fruto de um cachorreiro FDP!!

Os dois no yutube, arrebentando!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Esmalte


supostamente coral. Risqué Twiggy, fosco. Primeiro estranhei aquele aspecto de papel, mas depois curti!!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Preciso de uma opinião..

Respondam ao questionário, amigos?! Vale mais de uma opção!!

https://spreadsheets.google.com/embeddedform?formkey=dHNWVlFBMVJGam5tV1g0STZDcTVfT3c6MQ

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Amalfi

Um lugarejo muuuiiiitttto charmoso!!! É uma cidadezinha pequenininha, com pouquíssima área plana. Poucas pessoas moram na parte plana, que é também o centro da cidade, e quem mora alí não mora muito bem, pois não há espaço para um quintal decente. A única vantagem é.... não vejo nenhuma: não há mercado, no sentido tradicional, há uma feira que acontece lá para cima, seguindo pelo calçadão principal. Por ali há uma padaria que faz um pão delicioso, mas que devido ao toicinho deve fazer mal à saúde, e também, no calçadão principal, novamente, há uma confeitaria de-li-ci-o-sa (não a confeitaria, os doces!). Também há uma sorveteria com uns sorvetes deliciosos (delicioso, aliás, é um adjetivo muito repetido no que toca à comida na Itália). Minha família mora na encosta, como 90 % da população (uma escada de 245 degraus levava à casa. Ou seja, um passeio rendia um exercício de 490 degraus!), o que foi muito útil. Permitiu-me manter um peso razoável, apesar do excesso de comida (deliciosa) a que fui submetida. O fato de morarem no alto, em um terreno em declive, no entanto, não os impede de plantar: havia limões (que estavam verdes, mas que maduros ficam do tamanho de um melão pequeno), laranjas (todo dia eu tomava um copo de suco de laranja recém-arrancada), couve-flor, brócolis, tangerina, alface, escarola, ameixa e otras cositas mas.
A Grotta dello smeraldo é um pouco decepcionante: eu achava, pela fotografia que vi num livro, que ela era maior (o guia disse que o passeio durava 15 minutos; eu digo que eram 5 min. para entrar no barco, 5 para fazer o passeio e 5 para sair do barco). Aliás, a Grotta dello smeraldo registra o primeiro parto subaquático da história: o de nossa senhora. Há um presépio subaquático com Maria, José e Jesus. E ninguém mais, porque animais não gostam de água e os três reis magos, oriundos do deserto, nunca tiveram oportunidade de aprender a nadar.
Dia 1º de janeiro houve uma festa muito bacana na escadaria da catedral (aliás, durante a semana cobram 2 euro de entrada, mesmo que você só queira rezar!). Um grupo formado por pessoas de todas as idades, de crianças a adultos, cantavam músicas napolitanas, tocavam músicas com instrumentos que eu nuca vira antes, mas que produziam uma música muito bela e emocionante.
E não posso deixar de falar da festa da Befana!! Um acontecimento!! Imagino que, embora a lenda a ligue a Jesus(ela teria sido a mulher que negou um quarto a Maria na noite do nascimento de Jesus e que depois se arrependeu!), o caráter da festa seja mais ligado ao das festas anteriores a Cristo, afinal, havia o desfile dos produtos da região, mas, ao mesmo tempo, havia os três reis magos, que eram cidadãos locais pintados de carvão para parecerem mais escurinhos... Diga-se de passagem, o ÚNICO homem bonito que vi(bonitinho, na verdade) na Itália foi um desses, mas não era um dos reis magos, era um puxador de jumento, muito p*** por estar ali, de vestido, pintado e puxando jumento... As crianças são bonitinhas, vestidinhas de anjo ou agricultor...

No próximo post veremos que nem só de Amalfi é feita a província de Salerno!

p.s.: havia um açougueiro bonito, mas eu tremo só de pensar em namorar com alguém que pode me matar e sumir com o corpo facilmente!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um trem para a perdição...



Do hotel, fui para a estação, comprei bilhetes para Napoli e para Vietri sul Mare, que eu achava ser o nome da estação de Amalfi e que, na verdade, era uma cidade (se é possível chamá-la assim) e peguei um trem para Amalfi. Essa escolha me valeu uns euros de desconto no bilhete. Explicação: quando liguei para a Dora, ela me disse para ir até Salerno, uma estação depois de Vietri, que eles me pegariam lá. Comprei outro bilhete para lá? Claro que não. Viajei uma estação de graça, o trem era tão pequeno que só havia o condutor, o bilhete era validado na estação de partida, ou seja, Napoli. A propósito: no trem para Roma esqueci de validar o bilhete antes de embarcar, mas não ardi no inferno por isso, nem fui jogada para fora. O bilheteiro validou o bilhete no trem. Há inclusive a venda de bilhetes no trem, com o próprio, mas sai mais caro e aí, talvez, ele não o olhe com simpatia.

Conoscere Napoli e poi... morire...

Napoli merece um comentário e um título à parte, ainda que eu nem mesmo tenha saído da estação. Nenhum napolitano admite (nem sob tortura, nem mesmo que ameacem a vida de sua mãe ou filhos) que não sabe algo. Sabe aquela história de que homem não admite que está perdido? É mais ou menos isso. Quando saltei em Napoli, eu me vi perdida numa estação com várias plataformas, afinal, alí é uma estação que serve de passagem para muitas outras cidades. Logo, eu não tinha a menor idéia de qual plataforma escolher. Perguntei a um carregador qual era a plataforma (ele deveria saber, afinal ele coloca malas no trem. [Agora imagino se as pessoas que entregam as malas a ele algum dia as vêem de novo. Talvez as malas estejam na Indonésia, agora, surfando]). Indicou-me uma e eu, ingênua, fui para lá. Um fedor miserável de urina (será que alguém faz xixi tão em público? Quem quer que tenha peito para faze-lo, certamente é homem[perdoem-me os meninos, mas quantas mulheres são vistas se aliviando em público?]) e nada de trem. Fiquei lá uns minutos, mas comecei a me sentir esquisita: será que eu iria ser a única pessoa a embarcar no trem? Resolvi pedir uma segunda opinião. Dessa vez, porém, o cara (outro) resmungou qualquer coisa incompreensível. Procurei uma terceira opinião. O cara me apontou uma tv onde se via algo que parecia os animais vencedores nos vários páreos de uma corrida de cavalo. Resolvi desencanar(desencanar, aliás, é uma gíria esquisita: quando foi que nos tornamos canos para, então, desencanar?) e fui comprar uns cartões postais pra mandar pro povo daqui. Comprei-os e voltei a procurar uma luz. Olhei o bilhete e vi algo como piazza garibaldi, não lembro bem e agora não acho o bilhete. Enfim, vi um nome: comecei a procurar e achei uma placa indicando a tal piazza. Finalmente, a Luz!! Desci umas escadas, gente, como sofri com a mala da mala(as rodinhas fazem com que, nas horas mais impróprias, ela vire! Mas ruim com elas, pior sem elas.), mas cheguei lá e, na plataforma, conheci um senhor que foi meu guia turístico até Vietri, onde saltou. Indicou-me para onde olhar quando passamos por Pompei Ercolano e mostrou-me onde era Capri.

No próximo post eu digo o que achei dos lugarejos italianos...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Em Roma: Ave, César!


Quem tem boca vai a Roma. Se tiver celular, chega ao hotel...

Achar o hotel à noite, numa rua sem placas e de péssima iluminação, não foi fácil. Primeiro, óbvio [lembram-se da lei de Murphy?], escolhi a direção errada ao chegar na rua. Eu devia ter me lembrado do meu (inexistente) talento para o chute e devia ter escolhido a direção oposta à primeira escolha. Andei, andei e não encontrei o meu hotel, mas achei outro hotel onde eu entrei para pedir informações do concorrente. Quem me atendeu não conhecia o meu hotel, mas me indicou o óbvio, novamente: eu havia tomado a direção oposta. Voltei, voltei, passei, pela segunda vez, por um pessoal que devia trabalhar no restaurante indiano que estava fechando. Eles me olharam como se eu fosse um ET. A um certo ponto percebi que o meu hotel, tecnicamente, não existia. Liguei para lá (abençoado celular! Não fosse ele, talvez eu estivesse até hoje, em Roma, procurando o hotel...). O cara da recepção não sabia onde ficava a rua onde eu estava, num cruzamento com a Principe Amedeo(a rua do hotel), mas como ele me disse uma rua de orientação, a Cavour, eu peguei o meu guia de Roma (da Folha, excelente para quem tem bom senso de direção. Mas não é culpa dele. Explicação: ele tem mapa, mas muitas ruas de Roma não possuem placas com os nomes[ou parecem ter mudado de nome], então você tem de escolher um monumento [que, graças a Deus, existem aos montes] e ir estudando as direções), procurei a Carlo Cataneo (a tal rua misteriosa) e a Cavour e então verifiquei que se eu não tivesse telefonado acabaria passando por ele. Só pra me fazer gastar dinheiro... O hotel não era mau, mas o meu primeiro dia, graças à minha ignorância do funcionamento da torneira do chuveiro e à uma janela que não fechava, foi decepcionante, frio e sem banho! O aquecedor, por causa da janela que não fechava, não dava conta de aquecer o quarto. Enquanto lia uma revista(brasileira) para passar o tempo, já que estava sem sono e sem fome, tive de encostar meus pés no aquecedor, o que me obrigava a um movimento de encosta-desencosta porque o calor começava a queimá-los. O pessoal, no entanto era muito legal, o café era bom (bebi uma jarrinha de chocolate com panetone [pena que a cozinha não funciona depois do café, o que obriga os hóspedes a comerem fora]). Na manhã do dia 26 eu saí: dobrei a esquina da Principe Amedeo em direção à Santa Maria Maggiore(meu norte), entrei, agradeci a boa viagem, acendi uma ‘vela’ (na verdade, coloquei uma moeda de 0,50 euro e a ‘vela’ acendeu, como por mágica, ou, melhor nesse caso, milagre), saí contornei a Igreja e fui descendo. Ali há umas árvores lindas que naquele dia, em função da estação, estavam com as folhas amareladas. O inverno produz uma luz linda para fotografias na Itália (imagino que na Europa em geral). Fui descendo, passei no Ministero degli interni (que fotografei, há umas árvores, sempre elas, lindas), e fui caminhando sem destino, apenas tendo atenção ao caminho percorrido para não me perder, e desse modo cheguei à Piazza della Repubblica, à Santa Maria degli angeli (onde casaram-se há algum tempo os Savóia que ficaram papais quando eu estava em Amalfi). Resolvi, então, ir até a fontana de trevi: dei meia volta e me dirigi à fonte, passei pela Piazza di San Bernardo, pelo Quirinale (cujo jardim é belíssimo, fiz várias fotos) e segui por umas ruazinhas estreitas até que de repente me vi diante da fontana di trevi: se ela não é grandiosa como aparece nas fotos, também não é minúscula como muitos me disseram. Entrei numa sorveteria, após fazer uma foto da fonte, e comprei um sorvete (limone e malaga [passas ao run]) e fui tomá-lo na rua, enquanto observava os outros turistas, em bandos, sorridentes e falantes. Nessa hora deu uma certa solidão, não havia ninguém para eu fotografar ou para me fotografar. Não joguei uma moeda na fonte (acho que acender uma vela na Igreja deve ter mais força do que uma superstição). Comprei duas camisetas (uma com o Romolo e o Remo bebendo conhac e outras coisas na loba, e a outra com o Asterix em primeiro plano e o Colosseu atrás) para as minhas sobrinhas e voltei ao hotel.

No próximo post, embarcaremos num trem rumo à perdição...

sábado, 8 de maio de 2010

Batendo perna pela Itália!


Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2004.

Olá, pessoal, chegou o momento de contar em detalhes meus belos dias em Amalfi & Cia. Vou dividí-los em partes para tentar não esquecer nada.

Agruras de uma viajante em uma noite gelada de inverno(literalmente): partindo para o desconhecido.

Dia 24 de dezembro foi, talvez, o dia mais difícil da minha vida. Eu não tinha a menor idéia se conseguiria finalmente pôr fim ao “tranca-aeroporto” que parecia controlar as minhas tentativas de sair do Brasil (sim, porque toda vez que a viagem parecia estar próxima algo acontecia: uma vez foi o exame de qualificação do mestrado e a professora chata da prática de ensino; outra foi o trabalho). Para minha surpresa, tudo foi bastante fácil, a não ser por um susto enquanto eu esperava o embarque: o meu nome foi chamado e, como eu estava levando dois potes de goiabada cascão escondidos na mala, pensei que estava sendo chamada por isso. Não, era só uma das folhas da passagem que não fora retirada(ou uma espécie de 1º de abril atrasado e de mau gosto). A viagem até a França foi tranqüila, sem turbulências, a comida gostosa, o atendimento simpático (principalmente de um gatinho [comissário de bordo] de + - 1,90, que eu, muitíssimo infelizmente, só descobri no dia seguinte e do qual eu falarei mais adiante). Antes devo falar de um casal ao meu lado que é digno de nota: comecei a bater papo com eles (vocês sabem como eu sou quieta e anti-social...) e o homem começou a tentar me convencer de que eu devia largar minha carreira de professora no Brasil para ser empregada doméstica na Itália porque, afinal, lá eu ia ganhar em ‘euro’. O fato de que eu iria gastar em euro para viver era mero detalhe. Veio o jantar (o frango eu não lembro como foi feito, mas havia maionese com salmão defumado [e eu achava que na classe econômica nós passaríamos a pão e água, no intervalo, entre uma batida de asa e outra, como nos navios vikings de desenho animado, com um cara fortão e feio atrás gritando: “remem”, ou melhor, “batam as asas do avião, seus molengas”] e uma torta de queijo com passas maravilhosa (que, para meu deleite, também foi servida na volta, deve ser marca registrada da air france [tomara, aliás, assim quando eu voltar à Itália, se Deus quiser, algum dia, posso comê-la de novo])! O tal homem encheu a cara de vinho (de graça e francês não se despreza, não é mesmo?). Mais tarde, quando apagaram as luzes, eu resolvi tentar dormir e, antes de dormir (com aquela máscara de tratamento de beleza que não deu certo nos olhos), resolvi rezar um pouco. Afinal, em cima do atlântico é bom pedir um pouco de proteção (se o avião caísse, viriam nos atacar uns tubarões chatinhos que comem qualquer coisa e, como não sabem se no dia de amanhã cairá outro avião, devoram até o último pedaço). Qual não é a minha surpresa quando o homem deita a cabeça no colo da mulher (deu para ver pelo canto da máscara) e começa um bate-papo sussurrado, papo de bêbado. Até aí, tudo bem. Ele era um homem de meia-idade. Eu tentei rezar, ele continuou a falar, eu continuei tentando rezar, mas quando ele disse a ela que dalí a pouco era capaz de ter uma ereção, vocês imaginam que eu não pude mais rezar. Quase ri, depois tive vontade de gritar: ‘não vai, não, que isso é proibido aqui!’. Mas se eu fizesse isso, acho que o cara[não exatamente ele..] nunca mais levantaria e a mulher poderia me espancar por cometer crime contra a humanidade. A dela, pelo menos.
De manhã, eu descobri onde estavam escondidos os comissários de bordo bonitinhos: estavam lá no fim do avião. Aliás, solteiras, o point da paquera é lá mesmo, no fim do avião: é onde os comissários são mais “paqueráveis” e é para onde os soltos costumam ir. Pena que eu só descobri isso quando faltavam 4 horas para chegar no Brasil, já na volta, e, no melhor da paquera com um italiano que ia ficar no Ipanema Inn com um amigo por duas semanas (qual era exatamente o relacionamento dos dois, eu não sei), apareceu uma porcaria de uma turbulência e nem mesmo os nossos ‘pleases’ desesperados foram suficientes para nos manter ali. Depois, o mocinho não voltou, só o amigo dele, mas ele se reuniu ao grupo dos barangos e eu não ia me juntar a eles só pra tentar uma aproximação com o cara que nem era o bonitinho. Aliás, outra vez, quem me dera ter sabido disso no meu vôo de ida quando havia um comissário de bordo francesinho fofinho, lindinho que me chamava “L’italienne” e com o qual seria possível viver o romance perfeito, já que ele não falava nem italiano nem português e eu não falava nem francês nem inglês. Afinal, são sempre as palavras que estragam tudo!
Em Paris, tanto na ida quanto na volta, eu tive o meu momento ‘esqueceram de mim’: não que eu tenha sido esquecida ou tenha, tampouco, esquecido algo, mas me refiro à correria. Eu parecia uma maratonista. Como o vôo brasileiro saiu com um belo atraso, eu cheguei no Charles de Gaulle em cima da hora e, para piorar, saí do avião apertadíssima, não pude deixar de ir ao banheiro. Quando eu descia as escadas para ir ao setor de embarque, vi que eram 14:39 e o meu vôo era às 14:55. Pior, tinha de pegar um ônibus que me levaria a um outro hangar onde, então, eu passaria por todos os trâmites ‘embarcatórios’. Aí começou a correria. Meninas, como eu corri! Com uma bota de salto 8 (foi a única que eu achei forrada com lã de carneiro [que, na minha opinião, é um carpet] e no meu número, 34) e com uma bolsa de viagem que, se não estava pesada, também não estava leve e não me ajudava em nada, bem que ela, a bolsa vermelho-bombeiro, poderia ter ido correndo ao meu lado. Consegui, apesar disso, pegar o vôo. Da janela (é, eu fui na janela), eu fotografei os alpes franceses, as fotos ficaram lindas. Nesse vôo, eles serviram uma espécie de carpaccio de salmão, mas eu não comi porque não como nada cru. Chegando em Roma, peguei minha mala (aliás, antes de acertar a esteira, passei por outras duas, ainda bem que a minha mala só apareceu quando eu já havia encontrado a esteira certa) e, sem dificuldades, achei o trem que me levou até a stazione termini. Na estação, eu tentei ligar pra mãe com o cartão da embratel, mas preocupada com a possibilidade de perder o trem, acabei optando por ligar do trem com o celular. Essa decisão me custou, em 6 minutos, R$122,58, mas valeu à pena. No trem eu descobri que ninguém havia carimbado o meu passaporte e por uns tempos fiquei achando que havia entrado ilegalmente na Itália. Já me via sendo carregada para a prisão, torturada à exaustão pra contar onde estavam as substâncias ilegais que eu, meliante proveniente do terceiro mundo, trouxera comigo. E olha que, saindo do aeroporto para a estação de trem, eu vi um cara fardado e perguntei onde eu pegava o visto, mas ele me disse que o visto me havia sido dado no primeiro país da união européia em que eu havia estado, ou seja, França. Aí, ainda no trem, lembrei do papel amarelo que eu preenchi no vôo para Paris e cheguei à conclusão de que agora não carimbam mais, o que é uma injustiça!! Eu quero o meu carimbo!!! Vou fundar o Partido dos Sem Carimbo (PSC) e lançar a campanha do Carimbo Já! Todo cidadão do terceiro mundo tem direito ao seu carimbo. Nós já não temos educação, nem saúde de qualidade, não há emprego, nem perspectiva de um futuro melhor e ainda nos tiram a única coisa que podia nos conferir uma sensação de conforto e igualdade social!!! Que tal? Posso me candidatar nas próximas eleições?

domingo, 2 de maio de 2010

Estar apaixonada chateia tanto que às vezes me pergunto se vale à pena! :(

sexta-feira, 19 de março de 2010

Prova de resistência

Outro dia viajei a Curitiba para fazer um exame. Bom, essa avaliação em questão não merece comentários, mas para chegar ao dia de hoje, passei por uma verdadeira prova de resistência, um desafio à sanidade de qualquer um(e desconfio que parte da minha ficou pela estrada...).

A PREPARAÇÃO:

Passei minhas férias estudando. Viagem de descanso? Para quê? 3 meses em casa lidando com Alvinho já é um descanso... Bom, após o cartão fechar, fui fazer as reservas para o hotel. Ia fazer para a semana inteira, mas um anjo bom soprou no meu ouvido que era melhor fazer apenas para 2 dias. Mas o mesmo anjo esqueceu de me avisar sobre a passagem... Na quarta-feira anterior à viagem, fui comprá-la e, para minha surpresa, só havia dois horários: um às 09h30min e outro às 21h30min. Como o segundo não me servia, comprei para o primeiro e lá tive de correr para reservar mais uma noite de hotel...

A IDA:

Dia 14 lá fui eu toda feliz pela estrada afora. De repente, começa algo na tv. É um filme. É um filme novo. É um filme com a Cameron Diaz. É um dramalhão!!!!!!!!!!!!!! Uma prova de amor!! Mais uma vez a palavra prova! A filha da Cameron Diaz tem leucemia e, como desgraça pouca é bobagem, a guria teve falência dos rins e arranjou um namoradinho com câncer. Tudo muito romântico, menino bonzinho, charmosinho, apesar da careca forçada, passam a noite(parte dela) juntos e ele some... Não, drama que se preze não vai pôr um simples e banal homem sem caráter na vida da menina. Ele não ligou nos 3 dias seguintes por um bom motivo: ele morreu! Poxa, bem que ele podia ter mandado um torpedo avisando: "Querida, amei nossos momentos juntos, mas agora estou morrendo. Morri. Bjs" Se bem que, em se tratando de adolescentes e torpedos, o texto provavelmente sairia assim: "keridaH...AMei NoXXUxXx MOMentUxXx jUNTuxXx...mAxXx aGOrah ToW MorreNu...... MorrI...... bjxXx"

Bom, acabaram o filme e as minhas lágrimas antes de chegarmos a Guratinguetá, a cidade onde almocei. Para não dizerem que sou injusta, comi uma gostosa mozzarella de búfala, lá.

Partimos em direção ao horizonte e chegamos a Taubaté. Maldita cidade! Nela embarcou o fim da minha poltrona exclusiva e o início do meu tormento! Uma mulher de 45 anos que viajara a Taubaté para conhecer o pretendente virtual, que, por acaso, era esquizofrênico. Mas ela também não batia bem, qual o problema: os malucos se atraem! De lá passamos por São José dos Campos, Guarulhos, São Paulo, Registro, Quatro Barras e chegamos a Curitiba. Ah, esqueci que a primeira parada foi em Rezende! Com apenas 15 horas fiz uma viagem inesquecível aos porões da Penha! Vá e venha pela Penha!! Vá e venha para a PQP!!!

Passei uns dias que foram do bacaníssimo Batata e sua maravilhosa família, que me recebeu tão bem e fez a viagem valer à pena, ao esquisítissimo(à brasileira, claro) resultado da razão da minha viagem. Mas como dizem, há mais segredos entre uma prova e seu resultado do que supõe nossa vã filosofia ou tudo vale à pena se a nota não é pequena...

A VOLTA DOS QUE NÃO PASSARAM:

Bom, precocemente assassinado meu motivo para permanecer em CTBA, voltei-me à razão de minha existência: não permitir que Alvinho enlouqueça minha mãe! Mais do que rápido, fui à rodoferroviária(apesar de eu não imaginar onde o trem pára), comprei minha passagem para a (haha) liberdade e voltei, voltei para ficar! Mal imaginava que a volta seria pior do que a ida... Até São Paulo foi tudo mais ou menos: voltei decididamente mão de vaca! Não comprei nada pra comer até São Paulo! Afoguei minhas mágoas com fondant! E agora estou me fondendo pra perder o peso que ganhei... Tá, não teve graça, reconheço! Embarquei em SP às 20h esperando chegar aqui lá pelas 2h, 2h20min... triste ilusão! Antes de chegarmos à Aparecida, algum larápio espertinho(ou melhor, alguns) jogou pedras no nosso ônibus! Confesso que não ouvi, depois do terremoto porque passou minha vida, apaguei num porre de açúcar e queijo passado! Acordei na Polícia Federal! E lá ficamos por um bom tempo. Outros ônibus pararam e eu pensei "nossa, como são solidários!". Solidariedade é o c*****! Outros 2 ônibus foram apedrejados, tal qual judas no sábado de aleluia! Eu acredito, mais do que em hipótese de tentativa de assalto, que aquele apedrejamento era um protesto pelo fim do lanchinho que ganhávamos no executivo! Mal e porcamente nos deram água(sem gás e quente)! Ora, até prisioneiro passa no mínimo a pão e água!!! Depois de um tempo, partimos novamente... para parar no próximo posto policial e oficializar o BO. Com tudo isso e a ameaça de uma passeata que pararia a BR, não me sentia muito animada a parar em outra cidade e lanchar! Pra que comer depois de ficar na estrada um tempão? O problema é que a empresa 1001 não está nem aí, continua vendendo bilhete e os ônibus têm de pegar os passageiros! Lá fomos nós para Rezende!

No fim das contas, cheguei a Niterói às 4h!

Bom, fiz do Rio a Curitiba em 15 horas, de Curitiba a Niterói em 16h.

Estou chegando à conclusão de que ao invés de ganharmos tempo com a modernidade, estamos ganhando pés inchados e dores-de-cabeça! Que saudades dos tempos em que amarrávamos cães com lingüiça. Ops, linguiça!

Dedicado a DeDau e Batata(e sua charmosa dança da vírgula[Alvinho quer aprender, viu!])!

sábado, 19 de setembro de 2009

O enigma do orgasmo feminino


Autor desconhecido, ou seja, sei lá quem escreveu!

O orgasmo feminino é uma coisa da qual as mulheres percebem muito
pouco, e os homens ainda menos. Pelo facto de ser uma reacção endócrina, que se dá sem expelir nada, não se apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu, ou de que foi simulado. Diante deste mistério, investigações continuam, pesquisas são feitas, centenas de livros são escritos, tudo para tentar esclarecer este assunto.

A acompanhar este tema, deu no outro dia uma entrevista na TV com uma conhecida sexóloga, que apresentou uma pesquisa feita nos Estados Unidos na qual se mediu a descarga eléctrica emitida pela periquita no instante do orgasmo.

Os resultados mostram que, na hora H, a pachacha dispara uma carga de 250000 microvolts.

Ou seja, 5 passarinhas juntas, ligadas em série na hora do 'ai meu Deus', são suficientes para acender uma lâmpada. E uma dúzia é capaz de provocar a ignição no motor de um Carocha com a bateria em baixo. Já há até mulheres a treinar para carregar a bateria do telemóvel: dizem que é só ter o orgasmo e, tchan... carregar.

Portanto, é preciso ter muito cuidado porque aquilo, afinal, não é uma rata: é uma torradeira eléctrica!!! E se der curto-circuito na hora de 'virar os olhos'?
Além de vesgo, fica-se com a doença de Parkinson e com a salsicha assada.

Preservativo agora é pouco: tem de se mandar encamisar na Michelin.
E, no momento da descarga, é recomendado usar sapatos de borracha, não os descalçar e não pisar o chão molhado.

É também aconselhável que, antes de se começar a molhar o biscoito, se pergunte à parceira se ela é de 110 ou de 220 volts, não se vá esturricar a alheira.

(In: oqueasmulherespensam.blogspot.com)

domingo, 8 de março de 2009

Comemorando o dia da MULHER

Ainda está longe o dia em que nós, mulheres, deixaremos de ser vítimas de violência, mas também está longe o dia em que nos calaremos!!

Leiam a reprodução de um texto de Eliane Cantanhêde e reflitam sobre o mundo em que vivemos: é este mundo que queremos deixar para nossos descendentes?

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Visão do futuro!!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A mentira nossa de cada dia...

Num outro post, eu falei sobre felicidade e exemplifiquei usando um filme chamado 'o espelho tem duas faces' (Ser Feliz é Fucking Great). Hoje eu lembrei de outro filme, também sobre casamento e amor, com a Jennifer Aniston e o Vince Vaughn. Tal como o primeiro, esse filme fala sobre problemas no casamento, problemas comuns a muitos casais, mas o denominador comum é que a mentira se entrelaça entre os casais e protagoniza os filmes.

Tudo bem, admito que não dá para ser 100% honesto. O homem que, perguntado pela esposa a respeito do peso dela, responder honestamente que ela está gorda, provavelmente se verá em meio a uma tempestado nunca antes vista. Está certo que há perguntas para as quais não há resposta correta e que não importa o que o homem responda, ele sempre vai estar errado. Tenho pena deles nessas horas e me digo sempre que, se um dia me casar, tentarei ao máximo não pôr meu amor numa saia justa dessas. Não sei se conseguirei. Só o tempo dirá. Aqui, no entanto, não pretendo tratar das mentiras contadas pelos homens, nem tampouco das mentiras contadas aos homens, mas das mentiras que as mulheres contam a si mesmas.

Nós mulheres percebemos longe quando nossos relacionamentos estão capengando, mas nem sempre tomamos as decisões corretas. A personagem de Barbra Streisand, apesar de saber que estava entrando num casamento furado, preferiu viver a mentira de que aquilo que recebia lhe bastava. A personagem de Aniston sabia que o comportamento do marido a incomodava, mas ao invés de falar-lhe francamente, preferiu um confronto indireto, permeado de mentiras. Provocar ciúmes é uma faca de dois gumes, e é uma faca que raramente corta a nosso favor, muito mais fácil é que, quando o sangue comece a jorrar, ela se torne escorregadia e acabe cortando nossa própria mão. Ciúme não é prova de amor e não é meio de atrair para nós a pessoa que amamos. Mas não são raras as vezes em que nos sentimos tentadas a testar o amor de nossos parceiros provocando-lhes a mosquinha azul do ciúme. A personagem de Aniston foi até onde parecia impossível. Não se pode dizer que tenha perdido o amor de seu marido, pois o filme termina insinuando que poderia haver volta entre eles, mas vale à pena ir tão longe quanto ela foi? Ferir o outro é a maneira mais eficaz de demonstrar nossa dor? Sofri muito com mentiras na minha adolescência, também não cabe aqui entrar em detalhes. São coisas passadas. Mas desenvolvi um zêlo extremado pela verdade. Acredito que é melhor perder um amor honestamente a mantê-lo sob o jugo da mentira. Mentir para quem amamos nos escraviza de tal modo que em algum momento nos tornamos aterrorizados permanentemente. Vivemos sob o peso do medo de sermos descobertos. Vale à pena viver um amor baseado na mentira? Pode-se chamar de amor um sentimento que convive pacificamente com a mentira? Cada mentira que a personagem contou só serviu para afastá-lo mais dela. Teria sido mais eficaz ela confrontá-lo a respeito das atitudes que a magoavam, mas a verdade é que ela não tinha coragem de lhe falar de frente.

O amor é a base de tudo o que somos e se não sabemos vivê-lo em meio à verdade, então não somos mais do que uma mentira. É preciso buscar a verdade que trazemos em nós e defendê-la com unhas e dentes para encontrar a felicidade. Sem uma, a outra não existe. A mentira pode parecer mais fácil, mas ela tem pernas curtas. O amor, não, logo, mesmo a mais inocente mentira não consegue acompanhá-lo em uma caminhada que se prolongue um pouco mais e o fim de quem levanta sua morada sobre a mentira é o de caminhar sozinho.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Pat Moore: 'este corpo não me pertence...'


Olha só o que fizeram comigo!!! Click by Ricardo Froes.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Ser feliz é 'fucking great'!!!

Outro dia a sorte do orkut dizia que o amor-próprio era nosso primeiro e último amor. Concordo. Por mais que acreditemos que alguém nos ama, de nada vale esse amor se nós mesmos não nos amarmos. É preciso coragem para se assumir com todos os defeitos e qualidades inerentes ao ser humano, mas se essa assunção não acontece, todo o resto fica danificado, porque todas as atitudes visarão à eliminação dos defeitos e a valorização das qualidades. Mas o que são defeitos e o que são qualidades? Por que nos é tão fácil fazer uma lista de defeitos e se alguém nos pergunta a respeito das qualidades apelamos sempre para aquelas básicas pelo simples fato de que não conseguimos verbalizar o que temos de bom? Por que sempre relacionamos nossos defeitos a características físicas e nossas qualidades a características intelctuais? Os filmes e revistas sempre mostram mulheres que ou são belas, ou são inteligentes. É sempre o ou, nunca o e. Pesquisas já relacionaram fracassos amorosos a sucesso profissional e/ou intelectual, como se uma maldição rondasse aqueles que são bem-sucedidos. Ontem mesmo, assisti a um filme belíssimo, O espelho tem duas faces, onde dois professores universitários vivem um estranho conto de fadas. Enquanto a mulher buscava o romance, o homem fugia do sexo. E romance sem sexo, depois de um tempo deixa de ser romance. Ele fugia, porque acreditava que o fracasso de seus relacionamentos se devia à má influência do sexo, mas, na verdade, o insucesso se dava porque ele não sabia escolher as pessoas com quem se relacionava. Ela, ao invés, não encontrava o amor, o romance, porque não tinha confiança em si mesma, achava-se feia e desse modo os outros a viam, pois era assim que ela se mostrava. A beleza em si, pouco importa, mas o modo como nos mostramos ao mundo, como permitimos que nossos amigos e candidatos a amor nos vejam, essa visão é decisiva, é a diferença entre ter amigos e ter amores. O ideal é ter os dois, pois a amizade é um dos melhores tipo de amor que temos na vida, na verdade, sabendo escolher o amigo e manter vivo o relacionamento, a amizade é mais duradoura do que o amor romântico, mas ela não o substitui. Há coisas que um amigo não pode fazer, por melhor que ele seja. Enquanto Alex, a professora, anulou seus desejos em prol dos desejos de Greg, o professor, a única coisa que ela encontrou foi a frustração: não dá para ser feliz com alguém, sem ser absolutamente honesto consigo mesmo! Não importa o quanto você seja honesto com o outro, é com a sua consciência e com os seus desejos que você realmente dorme. Sem honestidade, o outro a seu lado é apenas um enfeite sem utilidade que, no máximo, dará uma satisfação à sociedade. Alex viveu uma mentira por meses, ela sabia que ele não a conhecia de verdade, ela sabia que ele não vira o fim da aula e, portanto, perdera o momento em que ela realmente assumira perante os alunos, que viver um amor, com tudo o que isso significa, é 'fucking great!'. Mas, apesar de ter consciência da mentira, ela aceitou e se escondeu ainda mais dentro de si mesma, recebendo muito menos do que desejava e merecia. A questão que eu levanto é: dá para amar num mundo como o nosso? Um mundo onde a verdade tem cada vez menos espaço, onde a futilidade impera, onde é crime de lesa majestade ter celulite? Dá, sim, desde que você não se deixe vitimar, desde que você se assuma como é, com celulites e tudo, e não aceite nada menos do que você merece. Desse modo é muito possível ser feliz. E ser feliz é realmente 'fucking great'!!!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Da série “Descobertas perturbadoras”: um rabbit não é necessariamente um coelho.

Novamente fui assombrada pelas gargalhadas noturnas. Elas estão se tornando um problema, primeiro porque eu preciso dormir; segundo, porque é muito esquisito rir de seus próprios pensamentos. Como alguém vai me levar a sério se nem eu mesma me levo?A risada da vez é fruto da leitura de um blog, não de uma aula. Meu antigo professor ficaria muito triste se descobrisse que não mais me provoca risadas na cama[para entender esse comentário, leia 'rindo da minha morte', mais abaixo]. Ou talvez ficasse cabreiro se soubesse que eu ria dele na cama, afinal, homem nenhum quer ser motivo de risadas no leito, especialmente se quem ri é uma mulher. Esse blog é escrito por dois jornalistas, ou seja, a quatro mãos, mas o post que tanto me fez rir à madrugada(será que é isso mesmo?) passada foi escrito pela moça. Era sobre um workshop sobre sexo, algo do tipo, 1001 técnicas de enlouquecer seu homem ou quebrar-lhe as costas. O que vier primeiro. Ela citou o ‘programa’ do curso, o local, custo e uns links relacionados. O tal ‘curso’ custava R$250,00! Confesso, que, no momento, eu jamais daria R$250,00 por um certificado que eu não pudesse declarar no meu curriculum lattes. Não que haja algum impedimento para tal declaração, pelo contrário, existe local para declarar seus dotes... hã... hum... ‘artísticos’, mas se eu fizesse o tal curso, sentir-me-ia um pouco tímida para declarar total domínio da técnica de ‘oral sex from Thailand’ da mesma maneira que alguém declara saber tocar piano. Ademais, eu sempre pensei que pompoarismo fosse algo relacionado a pompons, mas, pelo visto, não é, e, para além dos preconceitos, declarar o conhecimento de tais técnicas no Lattes poderia pôr-me em maus lençóis: e se algum membro(ops!!!) de uma banca de concurso quisesse uma demonstração? Eu já tive ocasião de discordar de um membro de uma banca e isso causou a minha reprovação. A diferença é que, naquela banca, eu discordei de uma metáfora de futebol.Uma confissão: eu nunca entrei em uma sex shop! É que sou do tipo azarado. Se entrasse numa em Cingapura, na saída era capaz de dar de cara com o padre da minha primeira comunhão! Uma época, na adolescência, eu ia para a praia com amigas. Nós ficávamos na casa da família delas e tínhamos ordens expressas de não sair à noite. Por mim, tudo bem. Não via muita graça em boites de praia do interior, ainda mais fora de temporada. Mas, como elas iam, eu ia junto. Uma vez ficamos lá, na casa, durante uma viagem dos pais delas e, num sábado, a irmã caçula foi dormir na casa de uma amiguinha. Lá fomos nós! Dançamos um monte, era verão, alta temporada, o lugar lotado. À meia-noite, resolvemos sair para pegar um pouco de ar. Quem passa de carro bem na hora em que estamos as 4 na frente do lugar? A irmã caçula! A guria nos ameaçou por dias, até que cansamos e preferimos a bronca às chantagens!Bom, voltando ao tópico, resolvi visitar um dos links relacionados. Óbvio que foi o da sex shop. Admito que alguns paradigmas foram derrubados! Eu não sou tão esperta quanto supunha, pois até agora não entendi a relação entre ‘rabbit’ e um vibrador que não parecia um coelho! Cliquei na foto, esperando que, ampliada, aparecesse um desenho de um coelho, ou, quem sabe, um rabinho tipo pompom. Talvez umas orelhas pontudas... nada! E havia vários com esse nome. Será que é para disfarçar na conta do cartão de crédito, para esconder dos pais ou dos maridos a compra de um vibrador? ‘Filhinha, você comprou um coelho?’, ‘Sim, pai!’, ‘E cadê?’, ‘Fugiu quando eu abri a caixa!’. Ou será que tem alguma relação com a velocidade do intercurso sexual do coelho?Outra coisa curiosíssima: havia um vibrador pequenininho(5.5 cm! Depois tem gente que reclama do tamanho! Viu como isso é subjetivo? Daria uma boa discussão, mas jamais exporei minha opinião sobre isso aqui!), com uma cordinha onde havia algo que parecia ser um interruptor. O site diz que ele é discretíssimo e silencioso, aí, agora há pouco, quando eu ria na cama, eu pensava: discrição para quê? Não é algo que a mulher usará sozinha ou, no máximo, com um parceiro, entre quatro paredes? Se você não vai usar em público, não há necessidade de esconder... foi quando eu imaginei alguns usos no dia-a-dia. Ao visualizarem a cena, imaginem um locutor do tipo Casseta & Planeta.

Você está numa palestra chatíssima, está com muito sono e o palestrante, chatíssimo, fala num tom que lembra canção de ninar? ‘SEUS PROBLEMAS ACABARAM!’ Com um discreto movimento, você liga o seu discretíssimo vibrador e todos vão achar que você está amando a conferência! O único porém é que o palestrante mala pode achar que você o está paquerando e grudar no seu pé! Você está numa fila interminável(banco no dia 10, emergência de hospital público logo após uma incursão da PM ao morro etc.): um clique e você esquece tudo, até da dor da unha encravada e inflamada dentro do sapato que a sua irmã lhe emprestou(sendo que ela calça 33 e você 35). Ou, para homenagear nossa admirável ministra do turismo, você descobre que vai passar o carnaval dentro de um aeroporto lotadíssimo, sem lugar para sentar, a não ser sua mala! Você liga o danadinho, relaxa e goza!

Outra utilidade, no site ele é denominado ‘Mini Wireless Vibe’. Wireless é coisa de internet. Será que dá para acessar a net com ele? Só acho que, com duplo uso, deve ser meio difícil de visualizar o site, né?! Agora, cá entre nós, onde já se viu fazer um vibrador que parece um ob!Enfim, ainda prefiro acreditar que o segredo do sucesso de um relacionamento esteja num triângulo, a saber, amor, diálogo e confiança. Se esses três elementos não bastarem para fazer um casal feliz, curso nenhum bastará. Mas outro dia eu volto para descobrir para que servem os bonecos(com certeza, não são para brincar de guerrinha. Bom, agora que a Barbie é uma boneca livre, pode ser que ela faça uma festinha com um deles. Ou, quem sabe, dois!). E aproveito e digo o que penso sobre as fantasias de empregada e relacionamentos.Quer conhecer o site? http://www.a2rio.com.br/

O texto que inspirou este texto foi postado pela Mirelle.

Rindo da minha morte(ou melhor, do meu velório)

Devo ao meu professor de um curso do doutorado as boas risadas que dei esta madrugada. Antes que alguém pense maldades, ri sozinha, dormi, ou melhor, tive insônia sozinha. Minhas risadas não foram por uma (im)possível presença do professor, mas por causa de coisas ditas na sala de aula, quando discutíamos Freud (que, aliás, deve ter se remoído no túmulo com meus pensamentos noturnos. Não, meus pensamentos nada tiveram a ver com sexo, embora, admito, tenham tido a ver com minhas compulsões).Discutir Freud, por si só, já é um prazer, porque mesmo que não concordemos com as suas idéias, ou com as interpretações que nós, pobres mortais, tentamos fazer delas, sempre surgem coisas geniais nessas discussões. Mas minhas risadas não foram pela minha (ausência de) genialidade.Primeiro ri de minha compulsão por vacinas. Não exatamente por vacinas, mas por injeções. Esta compulsão, na minha ignorante visão, poderia referir-se à compulsão a repetição de experiências traumáticas de que Freud falava. Segundo meu professor, não, as compulsões a repetição de experiências traumáticas não tinham o efeito pedagógico que eu lhes atribuía, na minha ignorância e, portanto, minha compulsão por injeções não se enquadrava nessas compulsões. Nem por isso elas eram menos compulsivas. Ou menos cômicas para mim lá pelas três da madruga.Bom, vamos a elas: aos 11 meses mais ou menos eu me tornei uma criança bastante doente. Adquiri bronquite alérgica graças a uma empregada descuidada. E por isso tive bronco-pneumonia algumas vezes. Aprendi a andar no hospital e, nas minhas tardes de doente desocupada que não se sente à morte, dediquei-me às obras de caridade. Seria uma precursora do Patch Adams, se ele não fosse muito mais velho do que eu. Como as duas coisas, caridade e Patch, se associam na minha enfermidade? Simples: eu, na beleza de minha pouca idade, visitava os doentes, caminhando cambaleante como fazem os bebês. Quantas daquelas pessoas que visitei não ganharam dias extras de vida só por divertir-se com uma guriazinha desobediente que não ficava no leito? Bom, por força das circunstâncias, via-me obrigada a tomar 3 injeções ao dia o que, cá entre nós, não é fácil para uma criança. Quando eu já sabia falar, para fugir das injeções, além de me esconder embaixo da mesa da cozinha, eu pedia para me deixarem morrer. Isto com uns 3 anos. Dramática, não? Vinha daí o meu histó(é)rico pavor de agulhas e seringas. Uma vez, precisei tirar sangue para um teste de alergia. Com muito pavor(da minha parte), o cara do laboratório tirou uma ampola de sangue. Tudo bem(?) até aí, mas ele não me avisara que deveriam ser duas ampolas. Ao vê-lo encaminhar uma segunda ampola, minha veia simplesmente fechou e dalí não saiu mais uma gota de sangue. E olha que ele nem tirou a agulha da veia!! Para piorar, ele cometeu uma barbeiragem e vazou sangue da veia por dentro da pele. Resultado: ficou tudo roxo e eu fiquei umas três semanas parecendo uma viciada desastrada.Bom, acho que corria o ano de 1995, quando eu decidi que deveria vencer esse estúpido medo. Afinal, dias antes eu apresentara uma palestra sobre Sandro Botticelli com grande sucesso e uma palestrante de renome não pode temer um objetozinho tão insignificante. Calma Ego, volte ao normal!!E a oportunidade se apresentou sob a forma de vacina anti-tetânica: isso, vou vacinar-me!! Afinal, naquela época eu ainda sonhava com uma prole, e toda mulher com tais sonhos deve vacinar-se contra tétano! Fui lá... entrei na fila e, quando chegou minha vez, respirei fundo, dei meus dados, fechei meus olhos, olhando para o outro lado e... não doeu nada, apenas uma picadinha e, sinceramente, já passei por coisas mais dolorosas na vida. Vencido o medo, nasceu a compulsão. Comecei a vacinar-me sempre que possível. Hepatite (e, hoje, eu nem lembro para que hepatite era a vacina!), e uma outra vacina que mulheres em idade fértil devem tomar, rubéola ou algo parecido. Detalhe: o governo havia determinado que apenas mulheres de até 29 anos deveriam tomá-la, e eu já havia completado 30. Durante dias eu me revoltei ao ver a propaganda: como eu não podia tomá-la??? E se eu engravidasse? O que seria do(s) meu(s) filho(s)? [O fato de que na época eu era solteira, sem namorado, noivo, paquera, gabiru (como disse Artur da Távola) nem me abalava na minha convicção do meu direito inegável e inalienável à vacina, quase comecei um movimento em prol das sem-vacina]. Quando fui à UERJ antes do fim da vacinação e encontrei uma mocinha da enfermagem sozinha, abandonada às moscas, à espera de uma mulher de até 29 anos para vacinar, não titubiei: fui até lá e a convenci a me vacinar!! Aliás, como eu era relaxada com as outras doses da anti-tetânica, eu tomei a primeira dose pelo menos 3 vezes. Quase me imunizei contra a vacina. Hoje eu dou graças a Deus de naquela época ainda não existir a campanha de vacina de idosos contra gripe, caso contrário eu teria dado um jeito de vacinar-me também, mesmo me faltando trinta anos para a idade mínima! Até posso ver a cena: a fila imensa de velhinhos (sim, porque velhinho adora fila. É um momento de encontrar os amigos que ainda estão vivos, falar[mal] dos que já morreram, falar de artrite e artrose, reumatismo, netos, bisnetos etc...) e eu lá, misturando-me a eles para tentar passar desapercebida. Ou ainda: não existem as filas preferenciais? Em tese, estas filas são para minorias, não é mesmo? Idosos, gestantes, deficientes. Como entre eles eu seria a minoria, eu poderia exigir uma fila preferencial para mim. Furaria a fila na cara dura. Depois, se morresse por causa da vacina, iria direto para o inferno! Mas, chegando lá, encontraria um fã clube, com direito a faixas na recepção!!Bom, aqui acaba a saga das vacinas para começar a da morte. Eu não tenho medo de morrer. Não mesmo! O dia em que tiver de morrer, morrerei em paz. Mas desde pequena fui solidária à desgraça alheia. Por isso, aos dez anos doei minhas córneas(ou, retificando: tornei-me candidata a doação). Detalhe curioso: como eu era bem menor de idade, meu pai teve de assinar. Ficou todo orgulhoso com o meu gesto. Mas não doou suas córneas. Legal, né, fazer caridade com as córneas alheias. À época, eu tinha uma visão perfeita. Hoje, sou míope como uma toupeira (embora eu nunca tenha visto uma toupeira de óculos para me provar tal ditado). Fiquei imaginando esta madrugada a fase final da cirurgia que transplantou as minhas córneas para um pobre cego pobre. Não, eu não repeti o pobre por acidente. Lá estão o cego vendado com ataduras, a enfermeira que as retirará, a médica que examinará os olhos e... uma faxineira com um esfregão de ponta-cabeça (acho que é assim que se escreve ponta-cabeça). A enfermeira tira as ataduras e o cego se vira para a faxineira e diz ao esfregão: QUE MARAVILHA, DOUTORA, VOLTEI A ENXERGAR!! Já fora do hospital, ele caminha, confiante, e... dá um baita encontrão numa placa de PARE. Depois de esperar horas na fila do Souza Aguiar para engessar o nariz quebrado, ele pega um ônibus e... vai parar numa favela, dentro da qual seis bandidos armados até os dentes anunciam o assalto. Detalhe: o ônibus era da favela do jacarézinho e o ex(?)-cego morava em jacarepaguá. Por fim, o cego chega à conclusão de que precisa de óculos. Vai ao oftalmo e descobre que ao morrer, eu tinha 10 % (isola, toc, toc, toc) de visão no olho esquerdo e 30 % no olho direito. Detalhe para encerrar o drama do pobre ceguinho pobre: o óculos vai custar três meses de pensão.Mas deixemos minha miopia e meu ceguinho pobre pra lá. Não contente em doar minhas córneas deficientes, na UERJ, durante uma UERJ Sem Muros (sempre ela, foi numa UERJ Sem Muros que comecei a minha compulsão por vacinas, deviam pôr um cartaz proibindo a minha entrada: cuidado! compulsiva a vista!), eu doei(novamente retificando: tornei-me candidata a doação, afinal, ainda não tiraram nada meu... bom, teve um fulaninho que tirou uma tal de virgindade, mas já caducou o prazo de reclamação...) meus órgãos, minha pele, meus ossos. Fiquei, então, imaginando meu enterro, essa madrugada: depois de ser descarnada pelos médicos, sobraria, apenas, a minha caveira sem olhos, nem pele, nem carne, tampouco com dentes ou cabelo (sim, porque já deve haver transplante de couro cabeludo e, se ainda não houver, haverá até a minha morte). Então, me enterrarão num caixão de bebê e, para melhorar a minha aparência, colocarão em mim olhos de vidro, uma dentadura e uma peruca de fios sintéticos. Não é uma imagem engraçada: uma caveira sorridente, com olhos verdes e cabelos ruivos (meus últimos desejos)?É, a morte pode mesmo não ser tão assustadora se a encaramos com bom humor. Freud deve estar orgulhoso de mim. Meu professor, nem tanto... Bom, devo dizer que o curso acabou, mas a mania de rir sozinha na cama de madrugada, não!