sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Preciso de uma opinião..

Respondam ao questionário, amigos?! Vale mais de uma opção!!

https://spreadsheets.google.com/embeddedform?formkey=dHNWVlFBMVJGam5tV1g0STZDcTVfT3c6MQ

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Amalfi

Um lugarejo muuuiiiitttto charmoso!!! É uma cidadezinha pequenininha, com pouquíssima área plana. Poucas pessoas moram na parte plana, que é também o centro da cidade, e quem mora alí não mora muito bem, pois não há espaço para um quintal decente. A única vantagem é.... não vejo nenhuma: não há mercado, no sentido tradicional, há uma feira que acontece lá para cima, seguindo pelo calçadão principal. Por ali há uma padaria que faz um pão delicioso, mas que devido ao toicinho deve fazer mal à saúde, e também, no calçadão principal, novamente, há uma confeitaria de-li-ci-o-sa (não a confeitaria, os doces!). Também há uma sorveteria com uns sorvetes deliciosos (delicioso, aliás, é um adjetivo muito repetido no que toca à comida na Itália). Minha família mora na encosta, como 90 % da população (uma escada de 245 degraus levava à casa. Ou seja, um passeio rendia um exercício de 490 degraus!), o que foi muito útil. Permitiu-me manter um peso razoável, apesar do excesso de comida (deliciosa) a que fui submetida. O fato de morarem no alto, em um terreno em declive, no entanto, não os impede de plantar: havia limões (que estavam verdes, mas que maduros ficam do tamanho de um melão pequeno), laranjas (todo dia eu tomava um copo de suco de laranja recém-arrancada), couve-flor, brócolis, tangerina, alface, escarola, ameixa e otras cositas mas.
A Grotta dello smeraldo é um pouco decepcionante: eu achava, pela fotografia que vi num livro, que ela era maior (o guia disse que o passeio durava 15 minutos; eu digo que eram 5 min. para entrar no barco, 5 para fazer o passeio e 5 para sair do barco). Aliás, a Grotta dello smeraldo registra o primeiro parto subaquático da história: o de nossa senhora. Há um presépio subaquático com Maria, José e Jesus. E ninguém mais, porque animais não gostam de água e os três reis magos, oriundos do deserto, nunca tiveram oportunidade de aprender a nadar.
Dia 1º de janeiro houve uma festa muito bacana na escadaria da catedral (aliás, durante a semana cobram 2 euro de entrada, mesmo que você só queira rezar!). Um grupo formado por pessoas de todas as idades, de crianças a adultos, cantavam músicas napolitanas, tocavam músicas com instrumentos que eu nuca vira antes, mas que produziam uma música muito bela e emocionante.
E não posso deixar de falar da festa da Befana!! Um acontecimento!! Imagino que, embora a lenda a ligue a Jesus(ela teria sido a mulher que negou um quarto a Maria na noite do nascimento de Jesus e que depois se arrependeu!), o caráter da festa seja mais ligado ao das festas anteriores a Cristo, afinal, havia o desfile dos produtos da região, mas, ao mesmo tempo, havia os três reis magos, que eram cidadãos locais pintados de carvão para parecerem mais escurinhos... Diga-se de passagem, o ÚNICO homem bonito que vi(bonitinho, na verdade) na Itália foi um desses, mas não era um dos reis magos, era um puxador de jumento, muito p*** por estar ali, de vestido, pintado e puxando jumento... As crianças são bonitinhas, vestidinhas de anjo ou agricultor...

No próximo post veremos que nem só de Amalfi é feita a província de Salerno!

p.s.: havia um açougueiro bonito, mas eu tremo só de pensar em namorar com alguém que pode me matar e sumir com o corpo facilmente!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um trem para a perdição...



Do hotel, fui para a estação, comprei bilhetes para Napoli e para Vietri sul Mare, que eu achava ser o nome da estação de Amalfi e que, na verdade, era uma cidade (se é possível chamá-la assim) e peguei um trem para Amalfi. Essa escolha me valeu uns euros de desconto no bilhete. Explicação: quando liguei para a Dora, ela me disse para ir até Salerno, uma estação depois de Vietri, que eles me pegariam lá. Comprei outro bilhete para lá? Claro que não. Viajei uma estação de graça, o trem era tão pequeno que só havia o condutor, o bilhete era validado na estação de partida, ou seja, Napoli. A propósito: no trem para Roma esqueci de validar o bilhete antes de embarcar, mas não ardi no inferno por isso, nem fui jogada para fora. O bilheteiro validou o bilhete no trem. Há inclusive a venda de bilhetes no trem, com o próprio, mas sai mais caro e aí, talvez, ele não o olhe com simpatia.

Conoscere Napoli e poi... morire...

Napoli merece um comentário e um título à parte, ainda que eu nem mesmo tenha saído da estação. Nenhum napolitano admite (nem sob tortura, nem mesmo que ameacem a vida de sua mãe ou filhos) que não sabe algo. Sabe aquela história de que homem não admite que está perdido? É mais ou menos isso. Quando saltei em Napoli, eu me vi perdida numa estação com várias plataformas, afinal, alí é uma estação que serve de passagem para muitas outras cidades. Logo, eu não tinha a menor idéia de qual plataforma escolher. Perguntei a um carregador qual era a plataforma (ele deveria saber, afinal ele coloca malas no trem. [Agora imagino se as pessoas que entregam as malas a ele algum dia as vêem de novo. Talvez as malas estejam na Indonésia, agora, surfando]). Indicou-me uma e eu, ingênua, fui para lá. Um fedor miserável de urina (será que alguém faz xixi tão em público? Quem quer que tenha peito para faze-lo, certamente é homem[perdoem-me os meninos, mas quantas mulheres são vistas se aliviando em público?]) e nada de trem. Fiquei lá uns minutos, mas comecei a me sentir esquisita: será que eu iria ser a única pessoa a embarcar no trem? Resolvi pedir uma segunda opinião. Dessa vez, porém, o cara (outro) resmungou qualquer coisa incompreensível. Procurei uma terceira opinião. O cara me apontou uma tv onde se via algo que parecia os animais vencedores nos vários páreos de uma corrida de cavalo. Resolvi desencanar(desencanar, aliás, é uma gíria esquisita: quando foi que nos tornamos canos para, então, desencanar?) e fui comprar uns cartões postais pra mandar pro povo daqui. Comprei-os e voltei a procurar uma luz. Olhei o bilhete e vi algo como piazza garibaldi, não lembro bem e agora não acho o bilhete. Enfim, vi um nome: comecei a procurar e achei uma placa indicando a tal piazza. Finalmente, a Luz!! Desci umas escadas, gente, como sofri com a mala da mala(as rodinhas fazem com que, nas horas mais impróprias, ela vire! Mas ruim com elas, pior sem elas.), mas cheguei lá e, na plataforma, conheci um senhor que foi meu guia turístico até Vietri, onde saltou. Indicou-me para onde olhar quando passamos por Pompei Ercolano e mostrou-me onde era Capri.

No próximo post eu digo o que achei dos lugarejos italianos...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Em Roma: Ave, César!


Quem tem boca vai a Roma. Se tiver celular, chega ao hotel...

Achar o hotel à noite, numa rua sem placas e de péssima iluminação, não foi fácil. Primeiro, óbvio [lembram-se da lei de Murphy?], escolhi a direção errada ao chegar na rua. Eu devia ter me lembrado do meu (inexistente) talento para o chute e devia ter escolhido a direção oposta à primeira escolha. Andei, andei e não encontrei o meu hotel, mas achei outro hotel onde eu entrei para pedir informações do concorrente. Quem me atendeu não conhecia o meu hotel, mas me indicou o óbvio, novamente: eu havia tomado a direção oposta. Voltei, voltei, passei, pela segunda vez, por um pessoal que devia trabalhar no restaurante indiano que estava fechando. Eles me olharam como se eu fosse um ET. A um certo ponto percebi que o meu hotel, tecnicamente, não existia. Liguei para lá (abençoado celular! Não fosse ele, talvez eu estivesse até hoje, em Roma, procurando o hotel...). O cara da recepção não sabia onde ficava a rua onde eu estava, num cruzamento com a Principe Amedeo(a rua do hotel), mas como ele me disse uma rua de orientação, a Cavour, eu peguei o meu guia de Roma (da Folha, excelente para quem tem bom senso de direção. Mas não é culpa dele. Explicação: ele tem mapa, mas muitas ruas de Roma não possuem placas com os nomes[ou parecem ter mudado de nome], então você tem de escolher um monumento [que, graças a Deus, existem aos montes] e ir estudando as direções), procurei a Carlo Cataneo (a tal rua misteriosa) e a Cavour e então verifiquei que se eu não tivesse telefonado acabaria passando por ele. Só pra me fazer gastar dinheiro... O hotel não era mau, mas o meu primeiro dia, graças à minha ignorância do funcionamento da torneira do chuveiro e à uma janela que não fechava, foi decepcionante, frio e sem banho! O aquecedor, por causa da janela que não fechava, não dava conta de aquecer o quarto. Enquanto lia uma revista(brasileira) para passar o tempo, já que estava sem sono e sem fome, tive de encostar meus pés no aquecedor, o que me obrigava a um movimento de encosta-desencosta porque o calor começava a queimá-los. O pessoal, no entanto era muito legal, o café era bom (bebi uma jarrinha de chocolate com panetone [pena que a cozinha não funciona depois do café, o que obriga os hóspedes a comerem fora]). Na manhã do dia 26 eu saí: dobrei a esquina da Principe Amedeo em direção à Santa Maria Maggiore(meu norte), entrei, agradeci a boa viagem, acendi uma ‘vela’ (na verdade, coloquei uma moeda de 0,50 euro e a ‘vela’ acendeu, como por mágica, ou, melhor nesse caso, milagre), saí contornei a Igreja e fui descendo. Ali há umas árvores lindas que naquele dia, em função da estação, estavam com as folhas amareladas. O inverno produz uma luz linda para fotografias na Itália (imagino que na Europa em geral). Fui descendo, passei no Ministero degli interni (que fotografei, há umas árvores, sempre elas, lindas), e fui caminhando sem destino, apenas tendo atenção ao caminho percorrido para não me perder, e desse modo cheguei à Piazza della Repubblica, à Santa Maria degli angeli (onde casaram-se há algum tempo os Savóia que ficaram papais quando eu estava em Amalfi). Resolvi, então, ir até a fontana de trevi: dei meia volta e me dirigi à fonte, passei pela Piazza di San Bernardo, pelo Quirinale (cujo jardim é belíssimo, fiz várias fotos) e segui por umas ruazinhas estreitas até que de repente me vi diante da fontana di trevi: se ela não é grandiosa como aparece nas fotos, também não é minúscula como muitos me disseram. Entrei numa sorveteria, após fazer uma foto da fonte, e comprei um sorvete (limone e malaga [passas ao run]) e fui tomá-lo na rua, enquanto observava os outros turistas, em bandos, sorridentes e falantes. Nessa hora deu uma certa solidão, não havia ninguém para eu fotografar ou para me fotografar. Não joguei uma moeda na fonte (acho que acender uma vela na Igreja deve ter mais força do que uma superstição). Comprei duas camisetas (uma com o Romolo e o Remo bebendo conhac e outras coisas na loba, e a outra com o Asterix em primeiro plano e o Colosseu atrás) para as minhas sobrinhas e voltei ao hotel.

No próximo post, embarcaremos num trem rumo à perdição...

sábado, 8 de maio de 2010

Batendo perna pela Itália!


Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2004.

Olá, pessoal, chegou o momento de contar em detalhes meus belos dias em Amalfi & Cia. Vou dividí-los em partes para tentar não esquecer nada.

Agruras de uma viajante em uma noite gelada de inverno(literalmente): partindo para o desconhecido.

Dia 24 de dezembro foi, talvez, o dia mais difícil da minha vida. Eu não tinha a menor idéia se conseguiria finalmente pôr fim ao “tranca-aeroporto” que parecia controlar as minhas tentativas de sair do Brasil (sim, porque toda vez que a viagem parecia estar próxima algo acontecia: uma vez foi o exame de qualificação do mestrado e a professora chata da prática de ensino; outra foi o trabalho). Para minha surpresa, tudo foi bastante fácil, a não ser por um susto enquanto eu esperava o embarque: o meu nome foi chamado e, como eu estava levando dois potes de goiabada cascão escondidos na mala, pensei que estava sendo chamada por isso. Não, era só uma das folhas da passagem que não fora retirada(ou uma espécie de 1º de abril atrasado e de mau gosto). A viagem até a França foi tranqüila, sem turbulências, a comida gostosa, o atendimento simpático (principalmente de um gatinho [comissário de bordo] de + - 1,90, que eu, muitíssimo infelizmente, só descobri no dia seguinte e do qual eu falarei mais adiante). Antes devo falar de um casal ao meu lado que é digno de nota: comecei a bater papo com eles (vocês sabem como eu sou quieta e anti-social...) e o homem começou a tentar me convencer de que eu devia largar minha carreira de professora no Brasil para ser empregada doméstica na Itália porque, afinal, lá eu ia ganhar em ‘euro’. O fato de que eu iria gastar em euro para viver era mero detalhe. Veio o jantar (o frango eu não lembro como foi feito, mas havia maionese com salmão defumado [e eu achava que na classe econômica nós passaríamos a pão e água, no intervalo, entre uma batida de asa e outra, como nos navios vikings de desenho animado, com um cara fortão e feio atrás gritando: “remem”, ou melhor, “batam as asas do avião, seus molengas”] e uma torta de queijo com passas maravilhosa (que, para meu deleite, também foi servida na volta, deve ser marca registrada da air france [tomara, aliás, assim quando eu voltar à Itália, se Deus quiser, algum dia, posso comê-la de novo])! O tal homem encheu a cara de vinho (de graça e francês não se despreza, não é mesmo?). Mais tarde, quando apagaram as luzes, eu resolvi tentar dormir e, antes de dormir (com aquela máscara de tratamento de beleza que não deu certo nos olhos), resolvi rezar um pouco. Afinal, em cima do atlântico é bom pedir um pouco de proteção (se o avião caísse, viriam nos atacar uns tubarões chatinhos que comem qualquer coisa e, como não sabem se no dia de amanhã cairá outro avião, devoram até o último pedaço). Qual não é a minha surpresa quando o homem deita a cabeça no colo da mulher (deu para ver pelo canto da máscara) e começa um bate-papo sussurrado, papo de bêbado. Até aí, tudo bem. Ele era um homem de meia-idade. Eu tentei rezar, ele continuou a falar, eu continuei tentando rezar, mas quando ele disse a ela que dalí a pouco era capaz de ter uma ereção, vocês imaginam que eu não pude mais rezar. Quase ri, depois tive vontade de gritar: ‘não vai, não, que isso é proibido aqui!’. Mas se eu fizesse isso, acho que o cara[não exatamente ele..] nunca mais levantaria e a mulher poderia me espancar por cometer crime contra a humanidade. A dela, pelo menos.
De manhã, eu descobri onde estavam escondidos os comissários de bordo bonitinhos: estavam lá no fim do avião. Aliás, solteiras, o point da paquera é lá mesmo, no fim do avião: é onde os comissários são mais “paqueráveis” e é para onde os soltos costumam ir. Pena que eu só descobri isso quando faltavam 4 horas para chegar no Brasil, já na volta, e, no melhor da paquera com um italiano que ia ficar no Ipanema Inn com um amigo por duas semanas (qual era exatamente o relacionamento dos dois, eu não sei), apareceu uma porcaria de uma turbulência e nem mesmo os nossos ‘pleases’ desesperados foram suficientes para nos manter ali. Depois, o mocinho não voltou, só o amigo dele, mas ele se reuniu ao grupo dos barangos e eu não ia me juntar a eles só pra tentar uma aproximação com o cara que nem era o bonitinho. Aliás, outra vez, quem me dera ter sabido disso no meu vôo de ida quando havia um comissário de bordo francesinho fofinho, lindinho que me chamava “L’italienne” e com o qual seria possível viver o romance perfeito, já que ele não falava nem italiano nem português e eu não falava nem francês nem inglês. Afinal, são sempre as palavras que estragam tudo!
Em Paris, tanto na ida quanto na volta, eu tive o meu momento ‘esqueceram de mim’: não que eu tenha sido esquecida ou tenha, tampouco, esquecido algo, mas me refiro à correria. Eu parecia uma maratonista. Como o vôo brasileiro saiu com um belo atraso, eu cheguei no Charles de Gaulle em cima da hora e, para piorar, saí do avião apertadíssima, não pude deixar de ir ao banheiro. Quando eu descia as escadas para ir ao setor de embarque, vi que eram 14:39 e o meu vôo era às 14:55. Pior, tinha de pegar um ônibus que me levaria a um outro hangar onde, então, eu passaria por todos os trâmites ‘embarcatórios’. Aí começou a correria. Meninas, como eu corri! Com uma bota de salto 8 (foi a única que eu achei forrada com lã de carneiro [que, na minha opinião, é um carpet] e no meu número, 34) e com uma bolsa de viagem que, se não estava pesada, também não estava leve e não me ajudava em nada, bem que ela, a bolsa vermelho-bombeiro, poderia ter ido correndo ao meu lado. Consegui, apesar disso, pegar o vôo. Da janela (é, eu fui na janela), eu fotografei os alpes franceses, as fotos ficaram lindas. Nesse vôo, eles serviram uma espécie de carpaccio de salmão, mas eu não comi porque não como nada cru. Chegando em Roma, peguei minha mala (aliás, antes de acertar a esteira, passei por outras duas, ainda bem que a minha mala só apareceu quando eu já havia encontrado a esteira certa) e, sem dificuldades, achei o trem que me levou até a stazione termini. Na estação, eu tentei ligar pra mãe com o cartão da embratel, mas preocupada com a possibilidade de perder o trem, acabei optando por ligar do trem com o celular. Essa decisão me custou, em 6 minutos, R$122,58, mas valeu à pena. No trem eu descobri que ninguém havia carimbado o meu passaporte e por uns tempos fiquei achando que havia entrado ilegalmente na Itália. Já me via sendo carregada para a prisão, torturada à exaustão pra contar onde estavam as substâncias ilegais que eu, meliante proveniente do terceiro mundo, trouxera comigo. E olha que, saindo do aeroporto para a estação de trem, eu vi um cara fardado e perguntei onde eu pegava o visto, mas ele me disse que o visto me havia sido dado no primeiro país da união européia em que eu havia estado, ou seja, França. Aí, ainda no trem, lembrei do papel amarelo que eu preenchi no vôo para Paris e cheguei à conclusão de que agora não carimbam mais, o que é uma injustiça!! Eu quero o meu carimbo!!! Vou fundar o Partido dos Sem Carimbo (PSC) e lançar a campanha do Carimbo Já! Todo cidadão do terceiro mundo tem direito ao seu carimbo. Nós já não temos educação, nem saúde de qualidade, não há emprego, nem perspectiva de um futuro melhor e ainda nos tiram a única coisa que podia nos conferir uma sensação de conforto e igualdade social!!! Que tal? Posso me candidatar nas próximas eleições?

domingo, 2 de maio de 2010

Estar apaixonada chateia tanto que às vezes me pergunto se vale à pena! :(

sexta-feira, 19 de março de 2010

Prova de resistência

Outro dia viajei a Curitiba para fazer um exame. Bom, essa avaliação em questão não merece comentários, mas para chegar ao dia de hoje, passei por uma verdadeira prova de resistência, um desafio à sanidade de qualquer um(e desconfio que parte da minha ficou pela estrada...).

A PREPARAÇÃO:

Passei minhas férias estudando. Viagem de descanso? Para quê? 3 meses em casa lidando com Alvinho já é um descanso... Bom, após o cartão fechar, fui fazer as reservas para o hotel. Ia fazer para a semana inteira, mas um anjo bom soprou no meu ouvido que era melhor fazer apenas para 2 dias. Mas o mesmo anjo esqueceu de me avisar sobre a passagem... Na quarta-feira anterior à viagem, fui comprá-la e, para minha surpresa, só havia dois horários: um às 09h30min e outro às 21h30min. Como o segundo não me servia, comprei para o primeiro e lá tive de correr para reservar mais uma noite de hotel...

A IDA:

Dia 14 lá fui eu toda feliz pela estrada afora. De repente, começa algo na tv. É um filme. É um filme novo. É um filme com a Cameron Diaz. É um dramalhão!!!!!!!!!!!!!! Uma prova de amor!! Mais uma vez a palavra prova! A filha da Cameron Diaz tem leucemia e, como desgraça pouca é bobagem, a guria teve falência dos rins e arranjou um namoradinho com câncer. Tudo muito romântico, menino bonzinho, charmosinho, apesar da careca forçada, passam a noite(parte dela) juntos e ele some... Não, drama que se preze não vai pôr um simples e banal homem sem caráter na vida da menina. Ele não ligou nos 3 dias seguintes por um bom motivo: ele morreu! Poxa, bem que ele podia ter mandado um torpedo avisando: "Querida, amei nossos momentos juntos, mas agora estou morrendo. Morri. Bjs" Se bem que, em se tratando de adolescentes e torpedos, o texto provavelmente sairia assim: "keridaH...AMei NoXXUxXx MOMentUxXx jUNTuxXx...mAxXx aGOrah ToW MorreNu...... MorrI...... bjxXx"

Bom, acabaram o filme e as minhas lágrimas antes de chegarmos a Guratinguetá, a cidade onde almocei. Para não dizerem que sou injusta, comi uma gostosa mozzarella de búfala, lá.

Partimos em direção ao horizonte e chegamos a Taubaté. Maldita cidade! Nela embarcou o fim da minha poltrona exclusiva e o início do meu tormento! Uma mulher de 45 anos que viajara a Taubaté para conhecer o pretendente virtual, que, por acaso, era esquizofrênico. Mas ela também não batia bem, qual o problema: os malucos se atraem! De lá passamos por São José dos Campos, Guarulhos, São Paulo, Registro, Quatro Barras e chegamos a Curitiba. Ah, esqueci que a primeira parada foi em Rezende! Com apenas 15 horas fiz uma viagem inesquecível aos porões da Penha! Vá e venha pela Penha!! Vá e venha para a PQP!!!

Passei uns dias que foram do bacaníssimo Batata e sua maravilhosa família, que me recebeu tão bem e fez a viagem valer à pena, ao esquisítissimo(à brasileira, claro) resultado da razão da minha viagem. Mas como dizem, há mais segredos entre uma prova e seu resultado do que supõe nossa vã filosofia ou tudo vale à pena se a nota não é pequena...

A VOLTA DOS QUE NÃO PASSARAM:

Bom, precocemente assassinado meu motivo para permanecer em CTBA, voltei-me à razão de minha existência: não permitir que Alvinho enlouqueça minha mãe! Mais do que rápido, fui à rodoferroviária(apesar de eu não imaginar onde o trem pára), comprei minha passagem para a (haha) liberdade e voltei, voltei para ficar! Mal imaginava que a volta seria pior do que a ida... Até São Paulo foi tudo mais ou menos: voltei decididamente mão de vaca! Não comprei nada pra comer até São Paulo! Afoguei minhas mágoas com fondant! E agora estou me fondendo pra perder o peso que ganhei... Tá, não teve graça, reconheço! Embarquei em SP às 20h esperando chegar aqui lá pelas 2h, 2h20min... triste ilusão! Antes de chegarmos à Aparecida, algum larápio espertinho(ou melhor, alguns) jogou pedras no nosso ônibus! Confesso que não ouvi, depois do terremoto porque passou minha vida, apaguei num porre de açúcar e queijo passado! Acordei na Polícia Federal! E lá ficamos por um bom tempo. Outros ônibus pararam e eu pensei "nossa, como são solidários!". Solidariedade é o c*****! Outros 2 ônibus foram apedrejados, tal qual judas no sábado de aleluia! Eu acredito, mais do que em hipótese de tentativa de assalto, que aquele apedrejamento era um protesto pelo fim do lanchinho que ganhávamos no executivo! Mal e porcamente nos deram água(sem gás e quente)! Ora, até prisioneiro passa no mínimo a pão e água!!! Depois de um tempo, partimos novamente... para parar no próximo posto policial e oficializar o BO. Com tudo isso e a ameaça de uma passeata que pararia a BR, não me sentia muito animada a parar em outra cidade e lanchar! Pra que comer depois de ficar na estrada um tempão? O problema é que a empresa 1001 não está nem aí, continua vendendo bilhete e os ônibus têm de pegar os passageiros! Lá fomos nós para Rezende!

No fim das contas, cheguei a Niterói às 4h!

Bom, fiz do Rio a Curitiba em 15 horas, de Curitiba a Niterói em 16h.

Estou chegando à conclusão de que ao invés de ganharmos tempo com a modernidade, estamos ganhando pés inchados e dores-de-cabeça! Que saudades dos tempos em que amarrávamos cães com lingüiça. Ops, linguiça!

Dedicado a DeDau e Batata(e sua charmosa dança da vírgula[Alvinho quer aprender, viu!])!